Características e repercussões da simulação como estratégia para o ensino-aprendizagem em enfermagem: revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.17696/2318-3691.27.1.2020.1911Palavras-chave:
Enfermagem; Simulação; Ensino; Aprendizagem; EducaçãoResumo
Introdução: O ensino da ciência da enfermagem passa por um momento de transmutação para empreender componentes curriculares que superem o conceito médio de qualidade. Sendo assim, a simulação clínica adquire importância crescente,pois se utiliza de tecnologias para reproduzir cenários que simulam a prática,em ambiente controlado e realista, permitindo o alinhamento da prática à teoria, a atualização das técnicas do cuidado, reflexão sobre o saber fazer e como está fazendo, ganho de confiança, desenvolvimento da agilidade, além de enriquecer a vivência clínica a partir da experimentação de situações diversas.Objetivo: Identificar as características e repercussões do uso da simulação como estratégia para o ensino-aprendizagem em enfermagem.Métodos: Revisão integrativa da literatura realizada no período de novembro a dezembro de 2019, nas bases de dados BDENF, LILACS e PUBMED, por meio dos descritores enfermagem, simulação, ensino, aprendizagem e educação.Foram encontradas 362 publicações, das quais 14 fizeram parte da amostra final.Para análise dos estudos foi construído um quadro contendo as
principais características dos trabalhos.Resultados: Identificaram-se estudos que abordaram os modelos de simuladores, as temáticas de aplicação dos cenários e as consequências de sua aplicação.Foi unânime a identificação dos benefícios nas habilidades cognitivas e não cognitivas gerados pela implementação da estratégia de ensino simulado.Verificou-se que a maior parte dos estudos realizou a simulação de alta fidelidade (42,9%), seguida pela de baixa fidelidade (35,7%) e o paciente simulado (7,1%).Constatou-se que os estudos abordaram as seguintes temáticas: dor, imunização e atendimento ao hipertenso, ressuscitação cardiopulmonar, problemas respiratórios, diabetes, avaliação cardiotorácica, feridas, e saúde mental. Quanto às repercussões, pode-se destacar estímulo ao estímulo ao pensamento crítico-reflexivo, crescimento pessoal e profissional, melhoria da destreza na realização de procedimentos, favorece ensino clínico de maneira humana e holística, favorece relação interpessoal e a comunicação.Conclusão: O estudo possibilitou identificar as características e repercussões do uso da simulação como estratégia de ensinoaprendizagem em enfermagem.
Referências
Nunes de Oliveira S, Prado ML, Silveira Kempfer S, Waterkemper R, Caravaca Morera JA, Bernardi MC. A pedagogia por trás da experiência clínica simulada: uma percepção de estudantes de enfermagem. Rev Iberoam Educ Investi Enferm. 2015;5(3):56-63.
Camargo F, Daros T. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. São Paulo: Penso Editora; 2018.
Oliveira Costa RR, Medeiros SM, Amado Martins JC, Dias Coutinho VR. A simulação no ensino de enfermagem: reflexões e justificativas a luz da bioética e dos direitos humanos. Santiago, Acta Bioeth. 2018;24(1):31-8. http://dx.doi.org/10.4067/S1726-569X2018000100031
Tobase L, Peres HHC, Tomazini EAS, Teodoro SV, Ramos MB, Polastri TF. Suporte básico de vida: avaliação da aprendizagem com uso de simulação e dispositivos de feedback imediato. Rev Latinoam Enferm. 2017;25:e2942. https://doi.org/10.1590/1518-8345.1957.2942
Valadares AFM, Magro MCS. Opinião dos estudantes de enfermagem sobre a simulação realística e o estágio curricular em cenário hospitalar. Acta Paul Enferm. 2014;27(2):138-43. https://doi.org/10.1590/1982-0194201400025
Sousa LMM, Marques-Vieira CMA, Severino SSP, Antunes AV. A metodologia da revisão integrativa da literatura em enfermagem. Rev Investig Enferm. 2017:17-26.
Ursi ES. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura [dissertação]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto; 2005.
Jeffries PR. A framework for designing, implementing, and evaluating simulations used as teaching strategies in nursing. Nurs Educ Perspect. 2005;26(2):96-103.
Melnyk BM, Fineout-Overholt E. Evidence-based practice in nursing & healthcare: a guide to best practice. Philadelphia: Lippincot Williams & Wilkins; 2005.
Teixeira CRS, Pereira MCA, Kusumota L, Gaioso VP, Mello CL, Carvalho EC. Avaliação dos estudantes de enfermagem sobre a aprendizagem com a simulação clínica. Rev Bras Enferm. 2015;68(2):311-9. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680218i
Rohrs RMS, Santos CF, Barbosa RS, Schulz RS, Carvalho MB. Impacto da metodologia de simulação realística na graduação de enfermagem. Rev Enferm UFPE On Line. 2017;11(Supl12):5269-74. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i12a23005p5269-5274-2017
Sebold LF, Böell JEW, Girondi JBR, Santos JLG. Simulação clínica: desenvolvimento de competência relacional e habilidade prática em fundamentos de enfermagem. Rev Enferm UFPE On Line. 2017;11(Supl10):4189-90. DOI: 10.5205/reuol.10712-95194-3-SM.1110sup201723
Agel AA, Ahmad MM. High-fidelity simulation effects on CPR knowledge, skills, acquisition, and retention in nursing students. World Evid-Based Nurs. 2014;11(6):394-400. https://doi.org/10.1111/wvn.12063
Fernandes AKC, Ribeiro LM, Brasil GC, Magro MCS, Hermann PRS, Leon CGRMP, et al. Simulação como estratégia para o aprendizado em pediatria. Rev Min Enferm. 2016: 20:e976. DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20160046
Salgado PO, Souza CC, Júnior PPP, Balbino PC, Ribeiro L, Paiva LC et al. Use of simulations in the teaching of the airway aspiration technique: controlled randomized clinical trial. Rev Min Enferm. 2018; 22:e-1090
Lee SJ, Kim SS, Park YM. First experiences of high-fidelity simulation training in junior nursing students in Korea. Jpn J Nurs Sci. 2015;12(3):222-31. DOI: 10.1111/jjns.12062
Lee MN, Kang KA, Park SJ, Kim SJ. Effects of pre-education combined with a simulation for caring for children with croup on sênior nursing students. Nurs Health Sci. 2017;19(2):264-72. https://doi.org/10.1111/nhs.12340
Boostel R, Felix JVC, Bortolato-Major C, Pedrolo E, Vayego SA, Mantovani MF. Stress of nursing students in clinical simulation: a randomized clinical trial. Rev Bras Enferm. 2018;71(3):967-74. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0187
Silva JLG, Oliveira-Kumakura ARS. Clinincal simulation to the teach nursing care for wounded patients. Rev Bras Enferm. 2018;71(4):1785-90. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0170
Oliveira SN, Massaroli A, Martini JG, Rodrigues J. From theory top ratice, operating the clinical simulation in Nursing teaching. Rev Bras Enferm. 2018;71(4):1791-8. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0180
Mazzo A, Miranda FBG, Meska MHG, Bianchini A, Bernardes RM, Pereira Junior GA. Ensino de prevenção e tratamento de lesões por pressão utilizando simulação. Esc Anna Nery. 2018;22(1):e201782. DOI: 10.1590/2177-9465-EAN-2017-0182
Costa RRO, Medeiros SM, Martins JCA, Cossi MS, Araújo MS. Percepção de estudantes da graduação em enfermagem sobre a simulação realística. Rev Cuid. 2017;8(3):1799-808. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v8i3.425
Dourado ASS, Giannella TR. Ensino baseado em simulação na formação continuada de médicos: análise das percepções de alunos e professores de um Hospital do Rio de Janeiro. Rev Bras Educ Med. 2014;38(4):460-9. https://doi.org/10.1590/S0100-55022014000400007
Sasso GMD, Sebold LF, Kempfer SS, Oliveira SN. Guia metodológico para simulação em enfermagem-CEPETEC. UFSC. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2015.
Oliveira SN, Prado ML, Kempfer SS. Utilização da simulação no ensino da enfermagem: revisão integrativa. Rev Min Enferm. 2014;18(2):487-95. DOI: 10.5935/1415-2762.20140036
Almeida RGS, Mazzo A, Martins JCA, Baptista RCN, Girão FB, Mendes IAC. Validation to Portuguese of the Scale of Student Satisfaction and Self-Confidence in Learning. Rev Latinoam Enferm. 2015;23(6):1007-13. https://doi.org/10.1590/0104-1169.0472.2643
Mazzo A, Martins JCA, Baptista RCN, Godoy S, Coutinho VRD, Seixas CA, et al. A simulação e a videoconferência no ensino de Enfermagem. Rev Grad USP. 2017;2(2):55-63. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2525-376X.v2i2p55-63
Vieira RQ, Caverni LMR. Manequim no laboratório de enfermagem: condições favoráveis à fidelidade de simulação. Renome. 2014;3(2):47-63.
Meska MHG, Mazzo A, Jorge BM, Souza-Junior VD, Negri EC, Chayamiti EMPC. Retenção urinária: implicações do treino simulado de baixa fidelidade na autoconfiança do enfermeiro. Rev Esc Enferm USP. 2016;50(5):831-7. https://doi.org/10.1590/s0080-623420160000600017
Franklin AE, Lee CS. Effectiveness of simulation for improvement in self-efficacy among novice nurses: a meta-analysis. J Nurs Educ. 2014;53(11):607-14. DOI: 10.3928/01484834-20141023-03
Daurat A, Choquet O, Bringuier S, Charbit J, Egan M, Capdevila X. Diagnosis of postoperative urinary retention using a simplified ultrasound bladder measurement. Anesth Analg. 2015;120(5):1033-8. doi: 10.1213/ANE.0000000000000595
Motta EV, Baracat EC. Treinamento de habilidades cirúrgicas para estudantes de medicina – papel da simulação. Rev Med (São Paulo). 2018;97(1):18-23. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i1p18-23
Neves FF, Pazin-Filho A. Construindo cenários de simulação: pérolas e armadilhas (Developing simulation scenarios: pearls and pitfalls). Sci Med. 2018;28(1):1-8. http://doi.org/10.15448/1980-6108.2018.1.28579
Silveira MDS, Cogo ALP. Contribuições das tecnologias educacionais digitais no ensino de habilidades de enfermagem: revisão integrativa. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(2):e66204. http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2017.02.66204
Souza ALT, Passaglia P, Cárnio EC. Uso de simulador realístico de alta fidelidade no ensino da Fisiologia Humana no curso de Enfermagem. Rev Grad USP. 2018;3(2):113-8. https://doi.org/10.11606/issn.2525-376X.v3i2p113-118
Cogo ALP, Lopes EFS, Perdomini FRI, Flores GE, Santos MRR. Construção e desenvolvimento de cenários de simulação realística sobre a administração segura de medicamentos. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40(Esp):e20180175. http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180175
Fonseca LMM, Aredes NDA, Fernandes AM, Batalha LMC, Apóstolo JMA, Martins JCA, et al. Simulação por computador e em laboratório no ensino em enfermagem neonatal: as inovações e o impacto na aprendizagem. Rev Latinoam Enferm. 2016;24:e2808. http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.1005.2808
Wegner W, Silva SC, Kantorski KJC, Predebon CM, Sanches MO, Pedro ENR. Educação para cultura da segurança do paciente: Implicações para a formação profissional. Esc Anna Nery. 2016;20(3):e20160068. http://dx.doi.org/10.5935/1414-8145.20160068
Coutinho VRD, Martins JCA, Pereira MFCR. Construção e Validação da Escala de Avaliação do Debriefing associado à Simulação (EADaS). Rev Enferm Ref. 2014;4(2):41-50. http://dx.doi.org/10.12707/RIII1392
Kaneko RMU, Couto TB, Coelho MM, Taneno AK, Barduzzi NN, Barreto JKS, et al. Simulação in Situ, uma metodologia de treinamento multidisciplinar para identificar oportunidades de melhoria na segurança do paciente em uma Unidade de Alto Risco. Rev Bras Educ Med. 2015;39(2):286-93. https://doi.org/10.1590/1981-52712015v39n2e00242014
Presado MHCV, Colaço S, Rafael H, Baixinho CL, Félix I, Saraiva C, et al. Aprender com a simulação de alta fidelidade. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(1):51-9. https://doi.org/10.1590/1413-81232018231.23072017
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.