Fatores associados a mortalidade de pacientes traumatizados: um estudo caso-controle
Um Estudo Caso-Controle
DOI:
https://doi.org/10.17696/2318-3691.27.1.2020.1617Palavras-chave:
Trauma; Externas; Fatores de Risco; MorteResumo
Introdução: As lesões traumáticas são atualmente a terceira causa de mortalidade no mundo, gerando impacto na morbimortalidade, principalmente na população economicamente ativa. Objetivo: Avaliar os fatores de risco para óbito no trauma em um hospital escola de nível terciário. Métodos: Realizou-se estudo caso-controle retrospectivo, por meio da análise de prontuários eletrônicos e fichas de avaliação inicial de pacientes atendidos em um hospital escola de nível terciário da cidade de São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil, em 2015. Os 21 pacientes que morreram, compuseram os casos, enquanto 613, que sobreviveram ao evento traumático, o grupo controle. Esses grupos foram comparados, considerando variáveis gerais, dados sobre o evento traumático, atendimento pré-hospitalar, avaliação hospitalar inicial e desfecho da internação. Resultados: Os fatores de risco para mortalidade, por evento traumático identificados pelo estudo, foram: idade superior a 30 anos, traumas por agressão física, tempo de internação do paciente superior a 72 horas, perda de consciência no momento do evento traumático, presença no atendimento inicial do traumatizado de hipotensão arterial (pressão sistólica abaixo de 108,7 mmHg), escore da escala de coma de Glasgow inferior ou igual a 9 e revised trauma score (RTS) inferior a 5,7. Conclusão: Os fatores de risco que determinam maior probabilidade de óbito, após um traumatismo são causados por agressão física ao paciente com idade superior a 30 anos, com perda de consciência após o evento, hipotensão arterial, escore da Escala de Coma de Glasgow e RTS baixos no atendimento inicial, além de tempo de internação prolongado. Dessa forma, apesar de protocolos cada vez mais consolidados de atendimento ao politraumatizado, ainda há limitações em propiciar uma melhor sobrevida para os pacientes com pior prognóstico.
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