Toxoplasmose gestacional e congênita: Lacunas no conhecimento de profissionais de saúde em uma maternidade pública do centro-oeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.17696/2318-3691.31.01.2025.283Palavras-chave:
Saúde materno infantil; Parasitologia; Educação em Saúde; Toxoplasma, Doenças Transmitidas por Alimentos.Resumo
Introdução: A toxoplasmose congênita é transmitida da mãe para o feto via transplacentária e resultando em diversas consequências para o bebê. Objetivo: Avaliar o conhecimento dos profissionais de saúde da maternidade de um hospital público universitário, acerca da toxoplasmose gestacional e congênita. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, com delineamento transversal e abordagem mista, realizado entre outubro de 2023 e abril de 2024. Foi utilizado um questionário estruturado para investigar aspectos relacionados à toxoplasmose gestacional e congênita, abrangendo temas como diagnóstico, mecanismos de transmissão, manifestações clínicas, medidas de profilaxia e opções terapêuticas. Resultados: Cinquenta e um profissionais, entre 36 e 50 anos, responderam ao questionário. Todos afirmaram já terem ouvido falar sobre a toxoplasmose, e 43 (84,3%) identificaram corretamente o agente etiológico. Sobre a frequência em que a equipe de saúde orienta os pacientes; 37,2% (19/21) e 35,2% (15/51) afirmaram fazê-lo raramente ou nunca, respectivamente. A maioria dos entrevistados (82,3%) indicou o contato com gatos como forma de transmissão da doença, seguida pelo consumo de carnes cruas (72,5%). Menos da metade afirmou que transmissão poderia ocorrer pela ingestão de vegetais frescos, água não filtrada e manuseio de solo. Ainda, menos da metade dos entrevistados indicou corretamente as possíveis manifestações da toxoplasmose congênita. Quanto ao diagnóstico; 94,1% identificaram o exame sorológico como o método correto. Em relação ao tratamento as respostas variaram significativamente. Conclusão: Os resultados demonstram que os profissionais de saúde que atuam no atendimento às gestantes possuem carência de conhecimentos precisos sobre a doença, reforçando a necessidade de ações para a sua capacitação.
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