Perfil epidemiológico da toxoplasmose gestacional e congênita no Distrito Federal, Brasil, 2019 a 2023
DOI:
https://doi.org/10.17696/2318-3691.31.01.2025.230Palavras-chave:
Toxoplasmose; Toxoplasma; Toxoplasmose Congênita; Monitoramento EpidemiológicoResumo
Introdução: A toxoplasmose é uma doença de abrangência mundial, com prevalência de 25% a 30%. Apesar de ser uma infecção muito comum, as manifestações clínicas são raras. O diagnóstico da infecção por Toxoplasma gondii na gravidez é extremamente importante, mesmo na ausência de sintomas, tendo como objetivo principal a prevenção da toxoplasmose congênita e suas sequelas permanentes. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico da toxoplasmose gestacional e congênita no Distrito Federal, Brasil, de 2019 a 2023. Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo sobre toxoplasmose gestacional e congênita, com dados secundários obtidos a partir da base do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan-net). Resultados: No período foram confirmados 370 casos de toxoplasmose gestacional e 253 de congênita. A incidência acumulada foi de 35/100 mil mulheres em idade fértil e 79,7/10 mil nascidos vivos, respectivamente, sendo que a incidência de toxoplasmose congênita apresentou um incremento de 143,8% no período. Dentre as gestantes, a prevalência foi maior no segundo trimestre, faixa etária de 20 a 29 anos. Em ambos os grupos prevaleceu a raça/cor parda e a residência em zona urbana; as maiores incidências acumuladas nas Regiões Administrativas de Estrutural e Fercal para toxoplasmose gestacional e congênita, respectivamente. Conclusão: Houve um aumento na incidência de toxoplasmose gestacional e congênita no período estudado. A ocorrência de toxoplasmose é mais frequente no segundo trimestre da gravidez, em mulheres jovens. A distribuição dos casos de toxoplasmose congênita foi homogênea entre os sexos, mas com uma maior proporção em crianças de raça/cor parda, residentes em zona urbana.
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