Análise das notificações de violência autoprovocada no território brasileiro entre 2009 e 2018
DOI:
https://doi.org/10.17696/2318-3691.29.1.2022.2192Palavras-chave:
Comportamento Autodestrutivo; Epidemiologia; Tentativa de Suicídio; ViolênciaResumo
Introdução: Os índices de suicídio estão distribuídos de forma desigual pelo mundo. A intencionalidade do ato é o que distingue uma lesão acidental de uma tentativa de suicídio. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico das pessoas atendidas e notificadas no setor da saúde como violência autoprovocada entre 2009 a 2018. Métodos: Estudo transversal, a partir de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A análise descritiva dos casos notificados foi realizada com base nas características sociodemográficas dos indivíduos, assim como, na característica da violência e análise temporal por região brasileira. A comparação de diferenças e distribuição entre proporções foi realizada com o teste do qui-quadrado de Pearson, com nível de significância de 5%. Resultados: Embora os dados brutos apontem para mais casos na região Sudeste, a taxa de casos a cada 100 mil habitantes foi maior na região Sul. A distribuição das variáveis sociodemográficas e a natureza da violência foram diferentes entre os sexos. De todas as notificações, 67% delas envolveram pessoas do sexo feminino. A maior parte acometeu indivíduos entre 20 e 59 anos e de raça branca. Casos de violência de repetição foram 72,4%, em mulheres. O método de violência mais utilizado foi o envenenamento. Conclusão: O perfil epidemiológico foi constituído por mulheres brancas, de 20 a 59 anos, que costumam utilizar envenenamento como principal método de autoagressão. A falta de algumas informações na coleta de dados indica a necessidade de treinamento dos profissionais de saúde para um melhor preenchimento das fichas de notificação.Referências
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