Surtos bacterianos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: histórico de cinco anos
DOI:
https://doi.org/10.17696/2318-3691.26.2.2019.1431Palavras-chave:
Surto; Infecção Hospitalar; NeonatosResumo
Introdução: A internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) costuma ser prolongada e os neonatos são submetidos a vários fatores de risco, possibilitando a ocorrência de surtos de tempos em tempos apesar das precauções. Objetivo: investigar a ocorrência de surtos bacterianos em uma UTIN de um hospital universitário do interior de Minas Gerais no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017. Métodos: os dados foram coletados a partir dos registros de surtos ocorridos em UTIN disponibilizados nos documentos do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do hospital, incluindo as fichas de vigilância epidemiológica “National Healthcare Safety Network” - NHSN, memorandos, resultados de exames e registros eletrônicos das descrições dos surtos. Resultados: foram encontrados quatro surtos em um período de cinco anos de estudo. O primeiro surto identificado ocorreu no ano de 2013, por infecção de corrente sanguínea pela bactéria Pantoea agglomerans e envolveu seis neonatos. O segundo ocorreu entre novembro de 2014 e março 2015 onde seis neonatos foram envolvidos e não houve um sítio predominante, sendo o Acinetobacter baumannii o micro-organismo isolado, da mesma forma que o terceiro surto, ocorrido em 2015 por esse mesmo agente, englobando 10 neonatos. O último surto aconteceu no ano de 2016 por Pseudomonas aeruginosa, sendo um surto predominantemente de colonização, onde 13 neonatos foram atingidos. Não houveram surtos no ano de 2017. Conclusão: Após levantamento epidemiológico foram identificados quatro surtos, todos por bactérias Gram-negativas. Os neonatos mais acometidos foram os prematuros e de baixo peso ao nascer. Foram identificados micro-organismos resistentes aos carbapenêmicos que, apesar de poucos, se revelaram como um problema presente no local do estudo.
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