Estimativa da prevalência oculta da hanseníase em município do interior do Estado de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.17696/2318-3691.26.2.2019.1643Palavras-chave:
Hanseníase; Epidemiologia; Saúde Pública; ControleResumo
Introdução: O diagnóstico da hanseníase no Brasil ainda é tardio, a maioria dos casos são multibacilares e considerável percentual de pacientes apresenta deficiências físicas, indicando haver casos não diagnosticados na população, ocasionando uma prevalência oculta. Objetivo: analisar a situação da hanseníase em município do interior do Estado de São Paulo perante a situação mundial, e calcular a prevalência oculta. Métodos: Estudo descritivo e epidemiológico, utilizando a metodologia proposta pela Organização Mundial da Saúde para verificar a prevalência oculta. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de agravos de notificação de pacientes residentes no município e que iniciaram tratamento entre 01/01/2006 a 31/12/2016. Resultados: O Estado de São Paulo e o município mostraram uma diminuição de casos novos de hanseníase nos anos estudados. Enquanto o Brasil apresenta-se em declínio gradativo, o Estado apresenta discreta queda e o município alternância dos números. No município, foram notificados 295 casos de hanseníase, sendo 74 casos de formas paucibacilares e 221 casos multibacilares, com taxa de prevalência decrescente e a taxa de detecção oscilante entre o período. Do total de casos, em 271 foram avaliadas as incapacidades físicas e 141 foram classificados como graus 1 ou 2. Conforme a metodologia proposta, os números representam um acréscimo de 23,90/10.000 habitantes na prevalência oculta, o que resultaria em uma prevalência real de 378,73 casos/10.000 habitantes no período estudado. Conclusão: Os dados do município permanecem oscilantes diante dos dados nacionais e do Estado de São Paulo, apresentam alto índice de pessoas diagnosticadas com hanseníase com alguma incapacidade física, assim como casos multibacilares, e uma prevalência oculta de 23,90 casos por 10.000 habitantes.
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